sexta-feira, 14 de junho de 2019

Escola Secundária Seomara da Costa Primo - Ganhou Selo da Escola Amiga da Criança

A candidatura submetida ao 2.º Concurso da “Escola Amiga da Criança”, instituído pela CONFAP e a Leya Educação, com o projeto: “Plantas e Pessoas na Biblioteca Seomara”, ganhou para a ESSCP um Selo de Escola Amiga da Criança, na categoria de Atividades Extracurriculares e/ou Interdisciplinares. A lista das escolas distinguidas em cada uma das 7 categorias encontra-se no seguinte endereço:


terça-feira, 21 de maio de 2019


Floresta e Saúde 



Um novo website está disponível:




o qual contém informação sobre a influência das florestas, da flora ornamental das cidades e das plantas mantidas no interior do edificado na saúde humana.


Aproveite a oportunidade para aprender mais sobre o tema, visitando o site e/ou participando na aula aberta a ocorrer nos dias 23 e 30 de Maio, na sala 6, do bloco B, das 17 às 18 horas. 


Estas atividades foram selecionadas pelo comité nacional do Programa de Comemorações  relativo ao Dia Internacional do Fascínio das Planta (18 de Maio), e que se comemora durante todo o mês de Maio. Consulte as atividades a ocorrer em Portugal e nos outros países através do site 


https://plantday18may.org/








sexta-feira, 29 de março de 2019

Coco-do-Mar – A Maior Semente do Reino Vegetal na Biblioteca Seomara



No início do século XVI, os portugueses trouxeram, do Oriente, especiarias e outros produtos exóticos que maravilharam naturalistas e monarcas renascentistas, interessados em preciosidades oriundas de reinos longínquos.


As sementes do coqueiro-do-mar foram muito desejadas, devido à forma das sementes, à sua origem enigmática e às suas alegadas virtudes medicinais. Eram recolhidas nas praias das Ilhas Maldivas e da Índia e, por vezes, também se encontravam nas águas do Índico, longe de qualquer terra conhecida - esta é a origem do seu nome comum (coco-do-mar).


A primeira referência ao coco-do-mar encontra-se no relato da viagem de Fernão de Magalhães (c.1480-1521), da autoria de António Pigafera (c.1491-1534) e publicado em 1526. Garcia de Orta (c.1501-1568) refer o coco-do-mar nos Colóquios dos Simples (1563) e Camões (c.1524-1580) nos Lusíadas (1572).


Em 1768, uma expedição comandada pelo francês Nicolas Marion Dufresne (1724-1772) desembarcou nas Ilhas Seychelles, para obter madeira, e penetrou na densa floresta, onde descobriu, no solo, centenas de cocos-do-mar.


A espécie que produz o coco-do-mar (Lodoicea maldivica) é uma das seis palmeiras endémicas das Seychelles. As sementes, em geral, com comprimento superior a 50 cm e peso de 20 kg, não flutuam, o que as impediu se dispersaram para outras regiões. O coqueiro atinge os 30 metros de altura e pertence a uma espécie dióica - espécimes com flores femininas (pistiladas) e outros com flores masculinas (estaminadas). A inflorescência masculina, com o tamanho e a espessura de um braço humano, tem pequenas flores em forma de estrela e exala uma fragrância melífera. As flores femininas agrupam-se em inflorescências com cinco a treze flores e cada uma contêm três óvulos. Em geral, apenas se desenvolve um óvulo (semente) por flor, embora, ocasionalmente se possam encontrar frutos com duas ou três sementes. Os coqueiros-do-mar florescem, pela primeira vez, após cerca de 25 anos de desenvolvimento vegetativo e a maturação da semente prolonga-se por sete anos.


Estima-se que a palmeira mais antiga tenha 800 anos, a qual vive conjuntamente com cerca de 4000 coqueiros-do-mar no Vallée de Mai (Ilha de Praslin) - reserva inscrita, desde 1983, na lista de Património da Humanidade (UNESCO).




Figura 1. Pé feminino do cocoqueiro da espécie Lodoicea maldivica.





Figura 2. Pé mascúlino do cocoqueiro da espécie Lodoicea maldivica.












Figura 3. Pé feminino do cocoqueiro da espécie Lodoicea maldivica.












Figura 4. Sementes e frutos do cocoqueiro da espécie Lodoicea maldivica.




Figura 5. Duas sementes do cocoqueiro da espécie Lodoicea maldivica.




Figura 6. Semente do cocoqueiro da espécie Lodoicea maldivica.











Figura 7. Semente do cocoqueiro da espécie Lodoicea maldivica.








Figura 8. Semente , parcialmente polida, do cocoqueiro da espécie Lodoicea maldivica.





Figura 9. Metade de uma semente,do cocoqueiro da espécie Lodoicea maldivica, esculpida e utilizada como recipiente.






Décadas da Ásia de João de Barros (c.1496-1570)
“(...) em algumas partes debaixo da agua salgada nasce outro genero dellas [árvores], as quaes dam hum pomo maior que o coco; e tem experiencia que a segunda casca delle he muito mais efficaz contra a peçonha, que a pedra Bezoar, que vem daquellas partes Orientaes, que se cria no bucho de huma alimaria [animal], a que os Parseos chamam Pazon (…)”

BARROS, J., 1777, Da Ásia, Régia Officina Typografica, Lisboa (Década III, Livro III, Capítulo VIII).




Garcia d’Orta não dá muito crédito às alegadas propriedades curativas desta semente: “(...) Não, nem ouvi falar lá delle; por onde lhe não dou tanto credito; e, porque não se offreceo caso onde curasse com elle alguma pessoa, somente ouvi dizer a muytas pessoas, dinas de fé, ser muyto bom pera a peçonha (...) E seyvos dizer que muytos homens bebem por estes coquos, e dizem que se achão muyto bem; mas não sey se o faz a emaginaçam: e por esta razam não quis afirmar ser bom nem máo, nem vos direy cousa alguma ser boa, senão sendo testemunha de vista ou [sabendo-o por] pesoas dinas de fé.
ORTA, G., 1987, Colóquios dos Simples e Drogas da Índia, Imprensa Nacional - Casa da Moeda, Lisboa (edição fac-simile dirigida e anotada pelo Conde de Ficalho, Academia Real das Ciências de Lisboa/Imprensa Nacional, Lisboa, 1891-1895).
(Colóquio Décimo Sexto - Do Coquo. Pág.: 240-241)”.




Lusíadas (1572) Luís Vaz de Camões
Nas ilhas de Maldiva nace a pranta,
No profundo das agoas soberana,
Cujo pomo contra o veneno urgente
He tido por Antidoto excelente.
CAMÕES, L., 1572 (pág. 193), Os Lusíadas, [Em Casa de] Antonio Gõçaluez, Lisboa

A Árvore da Laca e a Arte Japonesa

A resina é uma secreção vegetal obtida de uma árvore decídua Toxicodendron vernicifluum (Anacardiaceae), nativa da China e introduzida no Japão.

A resina é produzida em canais situados na raiz, caule, folhas e frutos imaturos e a extração inicia-se quando o tronco tem, pelo menos, 30 cm de diâmetro, podendo ser feita durante décadas, até que a árvore atinja cerca de 60 anos.

A laca aplica-se no estado líquido, sem adição de solventes ou agentes de secagem e é composta por uma mistura de fenóis complexos (urushiol), gomas e matérias albuminosas, tendo a particularidade de secar e endurecer numa atmosfera húmida.

A arte da lacagem é comum em várias zonas da Ásia, mas foi na China e no Japão que alcançou maior sofisticação artística e técnica. Na China, os arqueólogos encontraram objetos lacados, com mais de 6.000 anos e foi durante as dinastias Shang (1600-1100 a.C.) e Ming (1368-1644 d.C.) que mais se avançou na arte de lacar.


A lacagem de um objeto pode requerer dezenas de operações e mais de 300 camadas de laca; podendo esta ser misturada com ouro ou minerais pulverizados que lhe alteram a cor. Todo este processo pode durar mais de um ano a completar.


Figura 1. Tronco da árvore da laca, onde são visíveis os cortes efetuados para estimular a produção da resina.





Figura 2. Folhas e frutos da árvore da laca.





Figura 3. Folhas da árvore da laca.





Figura 4. Folhas da árvore da laca.












































Figura 5. Folhas e frutos da árvore da laca.















































Fotografias de diversos objectos lacados:caixas; tabuleiros, taças e jarra.










































































































































Presépios Botânicos na Biblioteca Seomara


Presépios Botânicos na Biblioteca Seomara

Crê-se que o primeiro presépio terá sido construído em 1223, na floresta da cidade de Greccio, em argila e com recurso a animais vivos, sob a orientação de São Francisco de Assis. Desde então, o costume disseminou-se pelas principais Catedrais, Igrejas e Mosteiros da Europa, e, posteriormente, durante o Renascimento, pelas casas de Reis e Nobres. No Século XVIII, foi iniciada à montagem do presépio em casas comuns, o que se espalhou por toda europa e depois pelo mundo.

A construção de presépios é um processo criativo, tendo os seus criadores uma infinidade de materiais e objetos que podem rearranjar, transformar e manipular até sentirem que a obra está terminada. É, por conseguinte, espectável que a diversidade de presépios atualmente existentes seja elevada.

Para a exposição “Presépios Botânicos na Biblioteca Seomara”, ocorrida na época Natalícia (2018-2019), selecionamos um conjunto de presépios cujos principais constituintes são materiais vegetais. Integrou presépios, provenientes de 9 países, elaborados com súber, caules, flores, sementes e frutos de 18 espécies de plantas. http://www.aeamadoraoeste.edu.pt/index.php/joomla/577-presepios-botanicos-na-biblioteca-seomara





Presépio N.º 1 – Musgos e Líquenes – Portugal (Açores).




































Presépio N.º 2 – Cabaça (fruto) – Lagenaria siceraria (Molina) Standl.  – Peru.






























Presépio N.º 3 - Oliveira (caule) Olea europaea L. – Israel.
































Presépio N.º 4 - Marfim-vegetal (semente) Phytelephas macrocarpa Ruiz & Pav. - Equador.
































Presépio N.º 5 - Sobreiro (súber, cortiça) Quercus suber L.; Casuarina (frutos) –  Casuarina sp.; Líquenes  - Portugal (Porto).












































Presépio N.º 6 - Sobreiro (súber, cortiça) Quercus suber L. - Portugal (Rio Tinto).






























Presépio N.º 7- Abeto (caule) –  Abies sp.  -  Itália (Ortisei, Bolzano).































Presépio N.º 8- Abeto (caule) –  Abies sp.   - Itália (Ortisei, Bolzano).
































Presépio N.º 9- Abeto (caule) –  Abies sp.  - Itália (Ortisei, Bolzano).
































Presépio N.º 10 - Nogueira (fruto, endocarpo) –  Juglans regia L. - Portugal (Torres Vedras).































Presépio N.º 11 - Nogueira (caule) –  Juglans nigra L. Cerejeira (caule) –  Prunus avium (L.) L.;  Ácer (caule) –  Acer sp.  - Estados Unidos da América.























Presépio N.º 12 - Cacaueiro (fruto) –  Theobroma cacao L.; Milho (brácteas ou camisas de milho)  Zea mays L. – Equador.































Presépio N.º 13 - Aveleira (fruto) –  Corylus avellana L. -  Portugal (Torres Vedras).










Presépio N.º 14 - Marfim-vegetal (sementes) –  Phytelephas macrocarpa Ruiz & Pav. Equador.































Presépio N.º 15 - Coqueiro (fruto, endocarpo) –  Cocos nucifera L. – Cambodja.






























Presépio N.º 16 - Cabaça (fruto) –  Lagenaria siceraria (Molina) Standl. - Peru






Presépio N.º 17- Sobreiro (súber, cortiça) –  Quercus suber L.; Carvalho (brácteas) –  Quercus sp. ; Casuarina (frutos e caules) –  Casuarina sp. - Portugal (Porto).















































Adoração dos Reis Magos

«Depois de ter ouvido o rei, os magos puseram-se a caminho. E a estrela que tinham visto no Oriente ia adiante deles, até que, chegando ao lugar onde estava o menino, parou. Ao ver a estrela, sentiram imensa alegria; e, entrando na casa, viram o menino com Maria, sua mãe. Prostrando-
-se, adoraram-no; e, abrindo os cofres, ofereceram-lhe presentes: ouro, incenso e mirra.» Mateus 2.9-11


Incenso – natureza divina – Filho de Deus (Messias)
Mirra – natureza humana – Sofrimento (Calvário)
Ouro – natureza régia – Descende do Rei David (Rei dos Judeus)




N.º 18 Incenso de Omã (goma-óleo-resina) - Boswellia sacra Flueck.Omã.































N.º 19 Extração do incenso - Boswellia sacra Flueck.Omã.































N.º 19 Extração do incenso - Boswellia sacra Flueck.Omã.





























N.º 20 Ouro Puro (24 Quilates).

































N.º 21 Mirra (goma-óleo-resina) –  Commiphora myrrha (Nees) Engl. – Etiópia.

































N.º 22 Extração da mirra - Commiphora myrrha (Nees) Engl. – Etiópia.










Na sequência do convite:

Traga ou faça com materiais de origem vegetal (madeira, folhas, caules, flores, sementes, …) o  seu  Presépio Botânico; Surgiram mais 4 presépios, dos quais 2 são de seguida apresentados.



Presépio N.º 23 – Junco (caule) – Junco sp.; Milho  (brácteas ou camisas de milho e estigmas e estiletes ou barbas de milho)  Zea mays L – Trigo (infrutescências ou espiga) – Triticum sp. – Portugal (Açores).





























Presépio N.º 24 – Bétula (súber e madeira) Betula sp. – Portugal (Gerês).